segunda-feira, 5 de maio de 2014

Algumas obras de Oswaldo Goeldi

Goeldi, Oswaldo 
Céu Vermelho , 1950 
xilogravura em cores 
22 x 30 cm 
Coleção Frederico Mendes de Moraes 
Registro fotográfico Eduardo Castanho/Itaú Cultural

Goeldi, Oswaldo 
O Para-quedista , 1942 
crayon sobre papel 
48,3 x 33,1 cm 
Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo [Procedência Patrícia Mendes Caldeira] 
Registro fotográfico Romulo Fialdini/MAM SP


Goeldi, Oswaldo 

Chuva ca. 1957 
xilogravura 
22 x 29,5 cm 
Coleção Frederico Mendes de Moraes 
Registro fotográfico A. Caetano/Coleção Frederico Mendes de Moraes

Estas e outras obras estão disponíveis em: Itaú Cultural

Postado por: Ana Lúcia Guimarães

Palavras de artista

"Fala-se muito hoje em inovações, em abrir caminhos, etc...Mas não se deve confundir experimentos técnicos com a verdadeira inovação. Todo artista realmente criador inova, e isso porque ele amplia seus meios técnicos na proporção de suas necessidades de expressão. Só essa inovação é legítima - a inovação que é ditada por uma necessidade interior. Inovar por inovar não tem sentido. Sei de artistas que passaram a vida toda inovando e não puderam fazer mais que "inovações"... Na verdade, muitas inovações em metal datam de 1950. Por outro lado, há exemplos de gravadores, como Jacques Villon, que, partindo da técnica tradicional, fizeram a passagem para uma maior síntese de formas, sem abandonar o verdadeiro sentido da gravura. Houve sempre na carreira de Villon um sábio equilíbrio entre técnica e criação sempre mais em profundidade. Villon é um verdadeiro clássico da gravura moderna. Outro que se pode colocar ao lado dele é Lionel Feininger com suas xilos e suas águas-fortes. Mas ponha-se uma gravura de Friedlander ao lado de uma de Villon: a de Friedlander some. Enfim, desde que artifícios e truques substituíram a gravura, não há mais propósito dizer se a gravura é boa ou má".
 Oswaldo Goeldi

GOELDI, Oswaldo. In: BRITO, Ronaldo; ROESLER, Sílvia (coord.). Oswaldo Goeldi. Rio de Janeiro: Instituto Cultural The Axis, 2002. 228 p., il. p&b color. p. 208. [Entrevista de Oswaldo Goeldi a Ferreira Gullar para Jornal do Brasil, 12 de janeiro de 1957]

Post: Elen Trichez 

Oswaldo Goeldi: biografia e suas obras.


Goeldi, Oswaldo (1895 - 1961)   
Oswaldo Goeldi (Rio de Janeiro RJ 1895 - idem 1961). Gravador, desenhista, ilustrador, professor. Filho do cientista suíço Emílio Augusto Goeldi. Com apenas 1 ano de idade, muda-se com a família para Belém, Pará, onde vivem até 1905, quando se transferem para Berna, Suíça. Aos 20 anos ingressa no curso de engenharia da Escola Politécnica, em Zurique, mas não o conclui. Em 1917, matricula-se na Ecole des Arts et Métiers [Escola de Artes e Ofícios], em Genebra, porém abandona o curso por julgá-lo demasiado acadêmico. A seguir, passa a ter aulas no ateliê dos artistas Serge Pahnke (1875 - 1950) e Henri van Muyden (1860 - s.d.). No mesmo ano, realiza a primeira exposição individual, em Berna, na Galeria Wyss, quando conhece a obra de Alfred Kubin (1877 - 1959), sua grande influência artística, com quem se corresponde por vários anos. Em 1919, fixa-se no Rio de Janeiro e passa a trabalhar como ilustrador nas revistas Para TodosLeitura Para Todos e Ilustração Brasileira. Dois anos depois, realiza sua primeira individual no Brasil, no saguão do Liceu de Artes e Ofícios. Em 1923, conhece Ricardo Bampi, que o inicia na xilogravura. Na década de 1930, lança o álbum 10 Gravuras em Madeira de Oswaldo Goeldi, com introdução de Manuel Bandeira (1886 - 1968), faz desenhos e gravuras para periódicos e livros, como Cobra Norato, de Raul Bopp (1898 - 1984), publicado em 1937, com suas primeiras xilogravuras coloridas. Em 1941, trabalha na ilustração das Obras Completas de Dostoievski, publicadas pela Editora José Olympio. Em 1952, inicia a carreira de professor, na Escolinha de Arte do Brasil, e, em 1955, torna-se professor da Escola Nacional de Belas Artes - Enba, no Rio de Janeiro, onde abre uma oficina de xilogravura. Em 1995, o Centro Cultural Banco do Brasil realiza exposição comemorativa do centenário do seu nascimento, no Rio de Janeiro.


Goeldi, Oswaldo 
Casa do Terror , 1953 
carvão e conté sobre papel 
23 x 32,5 cm 
Coleção Afonso Henrique Costa 
Registro fotográfico Eduardo Castanho/Itaú Cultural



Goeldi, Oswaldo 
Palmeiras , s.d. 
xilogravura 
19,9 x 14,2 cm [mancha]
23 x 15,6 cm [papel] 
Acervo Banco Itaú S.A. (São Paulo, SP) 
Reprodução fotográfico Romulo Fialdini


Goeldi, Oswaldo 
Pescadores , ca. 1955 
Do livro Oswaldo Goeldi: um auto retrato 
xilogravura em cores 
21,1 x 27,5 cm [mancha]
24,9 x 32,9 cm [papel] 
Fundação Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro, RJ) 
Registro fotográfico Ricardo Irineu/Itaú Cultural
Post por: Elen Trichez

Livio Abramo





Abramo, Lívio 
Macumba , 1979 
litografia, c.i.e. 
36,3 x 46,5 cm [mancha]
52,2 x 60 cm [papel] 
Acervo Banco Itaú S.A. (São Paulo, SP) 
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Abramo, Lívio 
Pelo Sertão , 1948 
xilogravura, c.i.e. 
17 x 26 cm 
Ilustração para o livro Pelo Sertão, de Affonso Arinos, publicado em 1946.


Abramo, Lívio 
Operário , 1935 
xilogravura 
19 x 19 cm 
Coleção de Artes Visuais do Instituto de Estudos Brasileiros - USP (São Paulo, SP) 
Reprodução fotográfica Fábio Praça

Post por: Elen Trichez

domingo, 4 de maio de 2014

Lívio Abramo: Um pouco de sua história e obras

Lívio Abramo (Araraquara SP 1903 - Assunção, Paraguai 1992). Gravador, ilustrador, desenhista. Muda-se para São Paulo, onde, em 1909, estuda desenho com Enrico Vio no Colégio Dante Alighieri. No início dos anos de 1920, faz ilustrações para pequenos jornais e entra em contato com a obra de Oswaldo Goeldi e de gravadores expressionistas alemães. Realiza as primeiras gravuras em 1926. No começo dos anos de 1930, influencia-se pela fase antropofágica de Tarsila do Amaral. Durante o governo Getúlio Vargas, filia-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), do qual é expulso em 1932. É preso por motivos políticos por duas vezes. Ainda nessa época deixa de gravar para dedicar-se ao sindicalismo. Retornando à gravura em 1935, incorpora a temática social em seu trabalho. Em 1947, ilustra o livro Pelo Sertão, do escritor Afonso Arinos de Mello Franco, publicado em 1949 pela Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil. Com essa série de ilustrações, apresentadas no Salão Nacional de Belas Artes (SNBA), obtém o prêmio de viagem ao exterior. Segue para a Europa em 1951. Em Paris freqüenta o Atelier 17 aperfeiçoando-se em gravura em metal com Stanley William Hayter (1901-1988). De volta ao Brasil, em 1953, é premiado como o melhor gravador nacional na 2ªBienal Internacional de São Paulo. Dá aulas de xilogravura na Escola de Artesanato doMuseu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Foram seus alunos, entre outros, Maria Bonomi (1935) e Antonio Henrique Amaral (1935). Funda o Estúdio Gravura, em 1960, com Maria Bonomi. Em 1962, é convidado pelo Itamaraty a integrar a Missão Cultural Brasil-Paraguai, posteriormente Centro de Estudos Brasileiros. Muda-se para o Paraguai e dirige até 1992, o Setor de Artes Plásticas e Visuais. É fundador do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraguai. 



Abramo, Lívio 
Guerra-Medo , 1937 
xilogravura 
38,8 x 20,7 cm 
Coleção de Artes Visuais do Instituto de Estudos Brasileiros - USP (São Paulo, SP) 
Reprodução fotográfica Fábio Praça

Abramo, Lívio 
Mulata , 1954 
xilogravura 
21,7 x 17,5 cm [mancha]
25,4 x 21,8 cm [papel] 
Acervo Banco Itaú S.A. (São Paulo, SP) 
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini

Abramo, Lívio 

Nhanduti , 1974 

xilogravura, c.i.d. 
34,5 x 33,5 cm 
Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo/Brasil

Conteúdo disponível em : Itau Cultural
Postado por: Ana Lúcia Guimarães

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Gravura

A xilogravura merece um local de honra na história da gravura por ser a mais antiga, a mais direta, e, em virtude da sua extrema simplicidade, é facilmente a forma mais democrática de um meio artístico que permite grande multiplicação de cópias. A madeira possui texturas que indicam sua idade e seu caráter, podem ser macias ou duras, com veios ou lisas. Os vegetais nutrem-se da terra, sol, água e ar, o que faz da madeira uma matéria viva e receptiva. Se a árvore for cortada no sentido do crescimento teremos a xilogravura de fio. O corte pode ser transversal ao tronco e teremos então a gravura de topo ou xilografia.

O século XX compreendeu que a xilogravura possui expressão própria, e essa expressão transmite e pode corresponder a um conteúdo determinado, agreste, dramático e pessoal. A técnica ancestral da xilogravura foi escolhida por Oswaldo Goeldi como seu principal meio de expressão.
                           

Lívio Abramo - Xilografia e Litografia

 Quando olhamos para as gravuras de Lívio Abramo sentimos de imediato a carga de total autenticidade do Mestre. Cada sulco, cada linha gravada nos contrastes, nas passagens das matizes de cinzas formando um só conjunto na composição, harmonizando as formas, tornando-as inteiramente expressivas. 
Sem titulo - 1964

Sem titulo/cavalos - 1984
Quando olhamos para s gravuras de Lívio Abramo sentimos de imediato a carga de total autenticidade do Mestre. Cada sulco, cada linha gravada nos contrastes, nas passagens das matizes de cinzas formando um só conjunto na composição, harmonizando as formas, tornando-as inteiramente expressivas. - See more at: http://www.museuvictormeirelles.gov.br/livioabramo/#sthash.45ZynIHA.dpuf
Quando olhamos para s gravuras de Lívio Abramo sentimos de imediato a carga de total autenticidade do Mestre. Cada sulco, cada linha gravada nos contrastes, nas passagens das matizes de cinzas formando um só conjunto na composição, harmonizando as formas, tornando-as inteiramente expressivas - See more at: http://www.museuvictormeirelles.gov.br/livioabramo/#sthash.45ZynIHA.dpuf
Quando olhamos para s gravuras de Lívio Abramo sentimos de imediato a carga de total autenticidade do Mestre. Cada sulco, cada linha gravada nos contrastes, nas passagens das matizes de cinzas formando um só conjunto na composição, harmonizando as formas, tornando-as inteiramente expressivas - See more at: http://www.museuvictormeirelles.gov.br/livioabramo/#sthash.45ZynIHA.dpuf

Sem titulos/cavalos - 1977

 Lívio Abramo muda-se para Assunção, Paraguai. Trabalha na Missão Cultural Brasil-Paraguai (posteriormente Centro de Estudos Brasileiros), onde coordena o setor de artes plásticas e visuais, além de ensinar gravura, desenho e pintura e ministrar curso de história e análise da arte. Dedica-se também ao trabalho artístico, realizando principalmente litografias e desenhos.

Post: Elizangela Trichez Motter

Xilogravuras de Oswaldo Goeldi - Sonâmbula e Rua molhada

Sonâmbula - s.d.
Durante as madrugadas, Goeldi transitava pelas ruas da cidade e nada escapava à sua observação. Ele desenhava as casas, os bêbados, os urubus, os cães, seres noturnos que encontrava em seus passeios solitários. 
 

Rua molhada - s.d
Goeldi produziu inúmeras gravuras em preto e branco e, em algumas delas, introduziu a cor. A produção de xilogravuras coloridas é bastante significativa, pois nos mostra a continuidade de suas pesquisas técnicas.
 

Oswaldo Goeldi - Chegada do Barco - s.d.

                                                           Chegada do barco - s.d.
Entre as obras encontra-se um tema especial – o mar. Sua paixão pelo mar e a vida em torno dele está registrada em retratos dos peixes, do mercado, da chegada dos barcos na praia com suas redes repletas de peixes e, especialmente, dos pescadores, que compõem o universo do artista que vivia à beira-mar.

Post: Elizangela Trichez Motter

Obra Rara - Pelo Sertão





Livio Abramo.



Post: Elen Trichez

Gravuras de Goeldi.





Para você, que não conhece as obras de Oswaldo Goeldi, vale a pena assistir. Mostra imagens de praticamente todas elas. Um artista crítico, hoje um dos nomes mais estudados por pesquisadores e historiadores da Arte Brasileira e considerado um autor para além dos meios em que se expressou: o desenho e a xilogravura. Xilogravura, foi escolhido por Goeldi, como seu principal meio de expressão. Confiram!

Post por: Elen Trichez